terça-feira, 22 de novembro de 2011

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

As contas não param de chegar...

Helder Gomes
Professor do Departamento de Economia


“Este mundo de mierda está embarazado de otro”
Eduardo Galeano (plaza de los indignados, Barcelona, 2011)


O fim de ano tem sido marcado por mais uma explicitação do acirramento da crise mundial. Os contínuos anúncios de que a situação econômica tende a se agravar ainda mais evidenciam que as políticas adotadas até o momento só aprofundaram o endividamento dos Estados nacionais, que procuram salvar o patrimônio das grandes corporações, com alto custo social. Revelam também a incapacidade daqueles que detêm o poder de decisão em nível internacional, em apontar perspectivas de solução definitiva para a armadilha que se meteu o capital mundializado na virada do século.
Os chamados global players e os governantes de plantão estão mesmo numa enrascada sem tamanho. Mas não largam o osso e mantêm a pose. Tentam administrar há décadas uma crise estrutural do capital pela via especulativa, criando toda sorte de instrumentos derivativos e de maquiagem da real situação dos grandes conglomerados mundiais, o que, grosso modo, significa a geração de um sistema multiplicador em escala exponencial de direitos fictícios sobre uma riqueza que, supostamente, seria produzida num futuro que ninguém sabe quando irá chegar. Na verdade, inventaram uma roleta russa e agora todos querem sair da brincadeira sem apertar o gatilho, como se fosse possível, depois que a festa está em adiantado estado de embriaguez e loucura.
Especulação sem qualquer perspectiva de controle (não adianta tentar controlar), Estados e empresas no limite do endividamento. Crédito pessoal multiplicando-se exponencialmente, tornando as famílias vulneráveis e reféns de toda sorte de cobradores (legais e ilegais). Forte imposição de cortes de conquistas trabalhistas seculares. Até quando se acreditará na possibilidade de que este castelo de cartas continue de pé sendo atacado por tão violentos tornados e tsunamis?
O pior de tudo é que, dentro da ordem, a saída da crise poderia exigir pelo menos três pressupostos: resolver a questão da hegemonia internacional, ou seja, impor uma derrota aos Estados Unidos da América (a maior potência rentista do planeta), desbancar o dólar viciado do papel de moeda mundial etc.; destruir a riqueza fictícia, o que significaria, por seu turno, impor uma derrota à dimensão especulativa do capital, começando pela monetização das dívidas públicas (quem tem coragem?); construir outro padrão de acumulação que regenerasse a capacidade de reprodução ampliada do capital pela via da produção, numa escala que exigiria um regime de exploração um tanto mais rígido que o atual, destruindo, inclusive, os parcos resquícios do Estado de Bem Estar Social que ainda restam nos países do norte. Tudo isso pressupondo que a madre Terra consiga suportar mais uma fase de uso predatório de suas riquezas naturais.
Estamos há décadas nessa batalha de titãs enlouquecidos. Grécia, Itália, Espanha no olho do furacão. As mobilizações nas ruas estão apenas recomeçando. Diante disso cabe indagar: é possível resgatar na ordem do capital a humanidade perdida, ou será que as novas ocupações de praças e vias da Europa, dos Estados Unidos, mas, também daqui, terão que ganhar bandeiras afastadas, há algum tempo, das lutas populares mais expressivas?

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Palestra


Palestra

Gabriel Strautman
Secretário da Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais

Tema:
Financiamento de Grandes Projetos de Investimento Multinacionais no Brasil e no Espírito Santo: O papel central do BNDES

Dia:
16/11/2011

Horário:
10 horas

Local:
Salão Rosa CCJE - ED-II - UFES.

Promoção:
Grupo de Estudos e Pesquisa em Conjuntura
Centro Acadêmico Livre de Economia
Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais
Rede Alerta ES

domingo, 30 de outubro de 2011

Mercado Cambial e Refeições

Luiz Otávio Stefanelli Potsch

Todos nós sabemos que nosso famoso tripé de política macroeconômica – metas de inflação, ajuste fiscal e câmbio flexível – nunca foi cumprido à risca. Os índices de preços têm apresentados, sistematicamente, valores acima dos 4,5%, meta-centro, e são recorrentes as “mágicas contábeis” no intuito de alcançar os níveis de superávit primário prometidos. No entanto, o pilar do tripé que tem passado mais longe de ser cumprido é, sem dúvida, o do câmbio.

Faltam dedos nas mãos para listarmos todas as formas de intervenção que o governo e o Banco Central têm usado no mercado cambial. Compras de divisas no mercado a vista, no futuro, swap cambial, swap reverso, IOF para o movimento de capitais, taxação para dívidas no exterior, entre outras medidas, as chamadas “macroprudenciais”.

A taxa de câmbio é uma variável importantíssima no jogo comercial e financeiro dos países e, nesse sentido, é natural que nossas autoridades sofram pressões de todos os lados para mantê-la em patamares demandados. O que observamos, com isso, é que o regime cambial brasileiro deixou cada vez mais de ser flutuante sujo e tornou-se uma espécie de sistema de bandas cambiais, com a taxa girando em algo em torno de R$ 1,50 e R$ 2,30 por dólar.

Não defendemos, aqui, que esse mercado deva ser livre de toda e qualquer intervenção. Elevados volumes de capitais de curto de prazo em movimento e a conseqüente ampla volatilidade da taxa de câmbio são extremamente danosos ao ambiente econômico, seja em qual for o canto do mundo.

No entanto, como todo bom economista deve reconhecer, não existe almoço grátis. Assim, da mesma forma em que não é possível ficarmos com o dinheiro e o almoço simultaneamente, não podemos segurar o câmbio em patamares desejados sem que haja uma perda da credibilidade da política macroeconômica, com prejudiciais conseqüências futuras ao mercado cambial.

Uma evidência disso é a recente desvalorização sofrida pelo Real. Só no mês de setembro a taxa de câmbio em relação ao dólar subiu de R$ 1,58 chegando a R$ 1,90, um aumento por volta de 20%. No entanto, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, mostra que o dólar sofreu uma valorização de apenas 5,17% no mesmo período. Observamos, assim, que, em cenários de elevada aversão ao risco, a baixa confiabilidade do investidor estrangeiro nas autoridades de política do Brasil com relação ao respeito às instituições do mercado tem causado “derretimentos” maiores da moeda brasileira vis-à-vis aos ativos monetários de outros países.

Diversas medidas discricionárias com relação ao câmbio e outras variáveis relacionadas ao comércio exterior têm sido adotadas no alegado intuito de proteger a indústria nacional. Isso traz, ao fim e ao cabo, negativas conseqüências à credibilidade da política econômica do Brasil. Nossas autoridades devem tomar cuidado para que os remédios utilizados não se tornem piores do que a doença. Nosso governo, infelizmente, tem dado pouca atenção, no manejo de seus instrumentos, ao quesito refeições gratuitas...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

(Des)emprego

Amiris de Paula


A recente mudança da política econômica de diminuição da SELIC (pelo menos no que podemos perceber das últimas reuniões do COPOM), ainda que ínfima, já gera incertezas na economia, afetando a atividade econômica e o comportamento, por exemplo, da taxa de desemprego. 

De acordo com pesquisa realizada pelo Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a taxa de desemprego total passou de 11,0%, em julho, para 10,9% registrados no mês de agosto: Um acréscimo de apenas 27 mil postos de emprego. Nota-se, também, a manutenção da taxa de desemprego aberto em 8,3% e a de desemprego oculto, na qual teve uma pequena variação de 2,6% para 2,5%. Entre os setores de atividade, houve variação negativa no nível de ocupação na indústria (-0,6%, representando menos 19 mil postos de trabalho), comércio (-0,6%, menos 18 mil), construção civil (-0,2%, menos 3 mil) e agregado outros serviços (-0,7%, menos 11 mil). Somente o setor de serviços registrou um resultado positivo (0,4%, menos 47 mil). Esse dado preocupa posto que a taxa tem uma corriqueira e notável tendência declinante a partir do segundo semestre do ano, fato não observado ao longo do mesmo. Mostra, também, um desaquecimento do mercado de trabalho. 

Em uma abordagem crítica quanto à importância do trabalho na sociedade atual, cabe lembrar a conferência realizada na UFBA do filósofo húngaro Mészáros, enquanto o mesmo passava pelo Brasil. Meszáros abordou a temática sobre os “limites absolutos” do capitalismo, no qual um destes limites seria o papel do trabalho na sociedade. O trabalho, nesta perspectiva, é visto “como uma necessidade, tanto para os indivíduos que produzem quando para a sociedade como um todo”. Assim sendo, para Mészáros, o “desemprego perigosamente crescente, apresenta no trabalho um dos seus limites já que uma situação onde o trabalho seja visto como um problema, ou pior, como uma falha, tem em si um limite a ser resolvido”. 

Além de cada vez mais freqüentes manifestações e greves trabalhistas, o aparecimento de notícias de que o crescimento do índice de pessoas trabalhando em agosto foi o menor registrado dos últimos 12 meses sendo vinculadas nas mídias causa alarde. Começam, então, os questionamentos se o Brasil estaria entrando na lista dos países que estão sendo arrastados por ondas de manifestações de desempregados, como as que estão fervilhando na Grécia, bem como dúvidas quanto à manutenção da atividade econômica.  Sendo assim, segue-se o lento marasmo do mercado de trabalho para o panorama dos próximos meses. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O Espírito Santo e a discussão dos royalties


Deyvid Alberto Hehr

O aumento no preço internacional do barril de petróleo e na demanda do mesmo , que teve como um de seus fatores de alavancagem o crescimento da economia chinesa, fez com que os rendimentos recebidos pelos estados  e municípios brasileiros com os royalties e participações oriundas do petróleo se elevassem em mais de 1200% nos últimos 12 anos segundo Ricardo Almeida Ribeiro da Silva, o que elevou o interesse dos demais estados e municípios  não beneficiados com os royalties.

Diante disso e a  aprovação da emenda Ibsen-Souto pela câmara dos deputados federais, que define uma modificação na estrutura de distribuição dos recursos, onde agora 50% seriam destinados ao Fundo Especial a ser distribuído entre os Estados e o Distrito Federal, de acordo com os critérios de repartição do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e os outros 50% para o Fundo Especial a ser distribuído entre os municípios, de acordo com os critérios de repartição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), o debate acerca do destino dos recursos oriundos do petróleo vem se acirrando e ganhando força.  

Contudo, os argumentos levantados por ambos os lados (produtores e não-produtores) não apresentam nada de novo, pois os produtores se pautam nos impactos ambientais e no excesso de população que será atraída sem os Estados possuírem uma infra-estrutura correspondente a  nova realidade, deixando ainda mais precária à  qualidade de vida. Ao tempo em que os não-produtores se apegam na  idéia de que o petróleo é da união , e, portanto, não pode haver apenas alguns Estados e Municípios beneficiados. Isso faz com que a discussão saia do campo técnico e entre no político. 

Diante de uma discussão no âmbito político, temos um verdadeiro cabo-de-guerra aonde  já se sabe quem vai vencer, pois são  apenas dois estados lutando pela manutenção da atual forma de divisão. Porém, isso pode acarretar grandes problemas para o governo, uma vez que o mesmo ainda precisa votar questões importantes e para isso ter  a base aliada unificada.

No que tange ao ES, o resultado dessa disputa de forças políticas é algo que pode fazer o Estado voltar a ter uma maior dependência da União, retornando uma política de “Passar o Pires”, o que deixa o mesmo mais vulnerável . Isso se deve ao fato de havendo uma redistribuição dos royalties, o ES ter uma queda de receitas, que terá de ser compensada  por um aumento na participação de recursos recebidos de Fundos Especiais para que o mesmo não entre em bancarrota.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O aumento do IPI e o paradoxo do comércio exterior brasileiro

Rayssa Deps Bolelli

No último mês de Setembro o governo brasileiro anunciou um aumento de 30 pontos percentuais no IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) para veículos com menos de 65% de componentes nacionais ou regionais. (excluindo-se os países do MERCOSUL e México), o que pode elevar os preços dos produtos de 25% a 28%. Aliado ao aumento dos impostos, o decreto governamental traz outras medidas, como a obrigatoriedade em investimento e inovação por parte de empresas liberadas do aumento do imposto. O objetivo da medida, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi o de proteger a indústria nacional em um momento de crise e valorização do real frente ao dólar.

A notícia gerou, como se esperava, reações internacionais. Japão e Coréia do Sul, dois grandes fabricantes de automóveis, contestaram no Comitê de Acesso ao Mercado a decisão do governo brasileiro, o que pode levar a uma disputa na OMC (Organização Mundial do Comércio).Contudo, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, divulgou que a reclamação apresentada por esses países, foi apenas um “pedido de informações”, e que o Brasil daria as informações que pedirem. Caso a disputa seja levada além dos “pedidos de informação”, há uma expectativa de que o Brasil não deve recuar

O interessante aqui é a identificação de uma postura brasileira ambígua. Recentemente, o Brasil ganhou na OMC o direito a retaliar os produtos americanos, devido aos altos subsídios em cima do algodão. Além desta mercadoria, tanto os EUA quanto outros países subsidiam diversos outros produtos agrícolas, prejudicando as vendas brasileiras no exterior, e, devido a estes fatos, vivemos reclamando na OMC o cumprimento das regras de comércio internacional, que não permitem este tipo de intervenção. Outra questão, foi o último discurso da presidente Dilma Rousseef, que defendia a união da comunidade internacional para combater a crise, e a manutenção do livre comércio sem protecionismos. Ou seja, pregamos um mundo sem barreiras comerciais ao mesmo tempo em que implantamos aqui as mesmas barreiras.

Sendo assim, esta posição paradoxal do nosso país deve ser vista com preocupação, pois além de ferir três acordos da OMC (Acordo Geral de Tarifas e Comércio,Acordo de Subsídio e Acordo sobre Medidas de Investimento Relacionadas ao Comércio) , as ações incoerentes do Brasil levam a uma perda de credibilidade internacional. Além disso, a atitude brasileira pode abrir precedentes para que outros países possam agir também de forma protecionista, o que agravaria ainda mais a crise global.

Por isso, espera-se que caso o aumento dos impostos seja levado a OMC, o Brasil tenha uma ótima explicação além da proteção a uma teórica indústria nacional, ou esta manobra pode se tornar um grande tiro no pé. Pois, não é nem um pouco sensato para um país como o Brasil, com grandes aspirações como “potência emergente”, agir de tal forma, porque com a perda de confiança, além dos prejuízos embutidos na mesma, as recentes vitórias no comércio internacional que já foram difíceis, ficarão ainda mais complicadas de se repetirem no futuro.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ajuste Fiscal de Longo Prazo

Luiz O.Stefanelli Potsch

Tramita atualmente no Congresso Nacional, em caráter de urgência, devido a pressões do Executivo, o Projeto de Lei 1.992/07, que funda a Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp). Sua aprovação acarretará, no futuro, uma importante economia de recursos por parte dos cofres do Tesouro Nacional.

As contas previdenciárias do funcionalismo público encontram-se extremamente desequilibradas. Enquanto os 28,1 milhões de aposentados e pensionistas do setor privado produzem um déficit anual ao redor de R$ 42 bilhões, os míseros 953 mil servidores federais serão responsáveis por um rombo, previsto para o final do ano, de R$ 57 bilhões.

Com a criação do Funpresp, os servidores ingressantes na carreira terão seus benefícios limitados pelo teto do INSS, que é hoje de R$ 3.689 ao mês. Assim, não haverá mais a absurda discrepância entre os aposentados dos setores público e privado. Atualmente os primeiros seguem, como limite, a remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que está beirando a faixa dos R$ 30 mil mensais.

Para manter sua renda no mesmo patamar, será necessário que contribuam para o fundo de previdência complementar, igualmente como podem fazer os trabalhadores do setor privado – neste caso, um fundo particular. Isso também já ocorre com os funcionários públicos celetistas – arregimentados pela CLT – a exemplo dos do Banco do Brasil (Previ), Caixa Econômica (Funcef) e Petrobras (Petros).

O projeto mostra-se uma medida de ajuste fiscal apenas de longo prazo, pois, como já afirmado, afetará somente os que ingressarem na carreira após o início da vigência da lei. Segundo Garibaldi Alves¹ , atual ministro da Previdência Social, passando a vigorar o Funpresp, o déficit começará a cair em 10 anos, até ser extinto em 30.

As recentes reformas previdenciárias, que afetaram prioritariamente os funcionários públicos, têm sido alvo de acusações – veiculadas principalmente em cartilhas sindicais² em geral – de estarem promovendo um “verdadeiro desmonte do serviço público” e de se posicionarem “de acordo com os interesses do setor financeiro”. Tal argumentação não passa de uma busca desesperada em defesa de seus inegáveis privilégios. Essas medidas, ao contrário do que se afirma, serão benéficas pelo fato de reduzirem o expansionismo fiscal brasileiro – abrindo margem para uma política monetária menos austera –, além de elevar, conseqüentemente, o baixo nível de poupança nacional.



¹ Disponível em: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/09/19/governo-articula-para-aprovar-fundo-de-previdencia-complementar-925400345.asp.

² Como exemplo, a elaborada pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência Social (ANFIP), em 2003. Disponível em: www.uel.br/projetos/ssrede/cartilha_desmonte4.pdf.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Considerações sobre a SELIC: Ensaio do BC como organismo do Estado brasileiro.

Amiris de Paula

Há dias da próxima reunião do COPOM, nota-se uma costumeira agitação do mercado. São investidores, sindicalistas, representantes da indústria e do comércio se degladiando na discussão sobre a grande expectativa existente para a queda da SELIC. No último encontro do comitê, o mesmo chegou a reconhecer que houve uma substancial mudança no ambiente macroeconômico desde sua última reunião, “de modo a justificar uma reavaliação, e, eventualmente, reversão, do recente processo de elevação da taxa básica". Sendo assim, presenciou-se um contra movimento das constantes altas da taxa SELIC: houve redução da mesma para 12,00% a.a., "sem viés". A decisão em si já gerou um sobressalto generalizado. Contudo, sua quase unanimidade foi o mote do espanto: a ata divulgada da 161ª reunião mostra que seus membros não pretendiam aumentar ainda mais a taxa. E mesmo os dois votos contrários contra a queda da SELIC não sugeriram seu aumento, mas sim foram pela manutenção da taxa em 12,50% a.a.

Dentre as opiniões acerca da diminuição da taxa, há o setor industrial. Com uma nota breve e direta sobre a medida do COPOM, o presidente em exercício da Fiesp, José Guilherme Ometto, afirma que "ao preservar uma postura pouco sensível ao momento global e nacional, a autoridade monetária brasileira pode, assim como aconteceu na crise de 2008, estar incorrendo no grave erro do excesso de conservadorismo e intensificando a desaceleração da atividade econômica, já em curso". A preocupação é real e se torna ainda mais válida ao analisar que o crescimento da indústria em agosto, segundo o IBGE, foi de apenas 0,2%. Nota-se ainda uma série de retrações na produção física da indústria, seja ela mensal, de 0,3%, trimestral, de 1,1%, anual, de 1,4% ou no acumulado de 12 meses, de 2,9%. Em nota oficial, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira afirmou que as altas consecutivas "aniquilaram" a produção industrial. Pereira ainda afirma que essa diminuição retardatária da taxa de juros demorará alguns meses para refletir no desenvolvimento do setor.

O comércio recebeu a queda com surpresa. A avaliação do COPOM para o setor foi positiva, ao registrar um aumento das vendas do comércio ampliado em 0,5% em junho, em relação a maio, totalizando um crescimento mesmo em 3,1% no trimestre encerrado em junho, relativamente ao terminado em março. Porém, apesar do otimismo do Comitê quanto ao setor, o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Rogério Amato, avaliou com respaldo a medida. Ele tomou a queda como uma medida preventiva do BC contra os sinais de desaceleração da produção industrial. Contudo, espera mais da próxima reunião do COPOM ao afirmar que espera "que o BC utilize também outros instrumentos para evitar que a desaceleração observada nos vários setores se aprofunde”.

A queda da SELIC também pode ser analisada pela ótica da dívida governamental: representa uma mastodôntica cifra que não vai mais sangrar para as contas bancárias dos detentores de títulos da dívida, historicamente sendo acostumados a ganhar em operações financeiras. Nas palavras do professor Otto Nogami, do Insper, "Está enraizada no brasileiro a cultura de uma rentabilidade alta com o juro". Torna-se nítida, então, o porquê dessa tendência de redução deixar tantos agentes do mercado insatisfeitos.

Até o mercado financeiro, surpreendentemente, avaliou positivamente a postura de corte da SELIC. O presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (IBEFSP), Keyler Carvalho Rocha, avaliou que “a decisão do Copom, iniciando agora o ciclo de cortes dos juros, aliada aos compromissos fiscais do Governo, constituem o cenário que consideramos ideal para o País”.

Ao não adiar ainda mais uma queda da SELIC, bem como levar em consideração fatores como o cenário mundial e a pressão inflacionária da alta das commodities no mercado mundial, o BC insuflou o mercado. A tendência de uma nova queda da taxa de juros mostra uma tênue mudança de comportamento, sendo apoiada por quase todos os setores da economia nacional. Apesar da tradição de indolência do BC, especialmente no que tange à taxa de juros, essa atitude do mesmo indica o prelúdio de uma mudança de comportamento, ainda que muito tímida, da instituição. É claro que esta queda não fará com que o Brasil deixe de ocupar o posto de liderança no ranking de juros reais mundial. Não obstante, como afirma Delfim Neto: “As afirmações de que o BC abriu mão de sua “independência” ou abandonou o sistema de metas de inflação para atender o governo, além de irresponsáveis ofendem a memória alheia. (...) A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar a taxa básica de juro talvez tenha sido a primeira demonstração em muitos anos de um BC independente perante o sistema financeiro privado, quer dizer, voltar a ser um organismo do Estado brasileiro".

domingo, 9 de outubro de 2011

A que preço o Brasil alcança superávits comerciais?

Edinara Oza Dias

Em janeiro do ano passado a balança comercial brasileira obteve déficit de 1,8 bilhões de dólares, segundo dados apresentados nas séries temporais do Banco Central. Desde então os superávits comerciais foram consecutivos. No ultimo mês de setembro o saldo, até o dia vinte e um, foi positivo em US$ 3 bilhões, o que representa um aumento de 23,6% se comparado ao mesmo período do ano passado.

Esse resultado positivo embora, no primeiro momento, pareça muito bom para o nível de atividade econômica, na verdade, em uma análise um pouco mais aprofundada indica o pouco grau de desenvolvimento do país.

Através da abertura da pauta de exportação, disponível na página do Ministério do Desenvolvimento, percebemos que o país exporta produtos, majoritariamente, básicos, ou seja, que não passam por processo de beneficiamento antes do envio ao exterior. Ao não beneficiar o produto, o valor agregado é reduzido e o desenvolvimento da indústria interna não é incitado – para esse desenvolvimento outras políticas econômicas devem ser adotadas – e assim os níveis de emprego não são ampliados, o que freia o desenvolvimento.

A importação de bens primários, no entanto, não é uma característica atual da balança comercial brasileira. Isso acontece desde o processo de viabilização da ocupação do território deste país enquanto colônia portuguesa, quando o plantio de cana-de-açúcar tornou-se o “grande negócio” e rendeu lucros extraordinários, apesar de não sustentados em longo prazo, para os empresários do ramo. No decorrer da história, temos ainda os metais preciosos, o algodão e o café, todos commodities, como protagonistas no comércio exterior. Entre janeiro e agosto de 2011, o açúcar e o café continuam a obter destaque na economia ocupando o quarto e quinto lugares, respectivamente, no ranking de exportações.

Além de desestimular a indústria interna, com uma economia exportadora, de bens primários, o nível de atividade do país fica muito vulnerável a oscilações da demanda externa. Sendo assim, mesmo que um equilíbrio da balança comercial seja relevante, o desenvolvimento da indústria interna deve ser priorizado.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O mundo não é uma ilha.

Rayssa Bolelli

O clima na zona do euro é de incerteza. Enquanto os países da União Européia (principalmente França e Alemanha) discutem um segundo pacote de ajuda a Grécia, e o governo grego anuncia só ter dinheiro para operar até meados de novembro, há uma grande tendência de que,independente da aprovação deste pacote, o calote grego seja inevitável. Porém, mesmo não resolvendo o problema, esta segunda ajuda daria tempo para uma possível retomada de confiança de economias em risco, como as da Espanha e Itália, evitando assim que um possível calote da Grécia induza há um calote destes países, o que agravaria ainda mais a crise.

Contudo, os temores da crise não são sentidos apenas pelos EUA e por países pertencentes à zona do euro. A desaceleração das economias européias afetou o preço das commodities, e países que as tem como principais pautas de exportação, já começam a sentir os efeitos da crise. No Chile, por exemplo, na exportação de seu principal produto,o cobre, houve uma queda de 25%, e apesar da contínua ascensão econômica, haverá uma desaceleração neste segundo semestre. Já no Brasil a expectativa é outra. Espera-se que a queda no preço das commodities ajude a reduzir a inflação.

Ao analisar a crise por esta ótica, esquece-se novamente de um fator crucial no mundo atual, nada é tão dependente assim de apenas um fator. Assim como não somente a Europa e os EUA sentem os efeitos da crise em países como Grécia e Portugal, os preços das commodities brasileiras não são inteiramente dependentes do mercado europeu e estado-unidense. Há de se levar em consideração o importante papel da China nas importações de commodities metálicas e relacionadas a energia, que hoje correspondem a 40% e 18% respectivamente. Quanto as commodities agrícolas, o recente World Economic Outlook (WEO) arrisca a previsão de uma recuperação nos preços, devido a fatores como os baixos estoques, condições climáticas imprevisíveis e peculiaridades locais dos países produtores.

Portanto, os dados só confirmam a atmosfera de incerteza vigente. A queda das bolsas em todo o mundo, a emigração em massa de europeus para suas antigas colônias, os recentes protestos em Wall Street, as contradições e incertezas dos mercados... Todos estes fatos mostram que não há como fazer apostas sólidas para o futuro. Esta crise está mudando não só as dinâmicas econômicas, mas também sociais. Não há como saber quais previsões se confirmarão. Na atual configuração mundial nenhum país é isolado o suficiente para não ser afetado por estas mudanças. Deste modo é insensato para o Brasil fazer políticas com base puramente em algum destes palpites. O momento é para ações rápidas, concretas e lúcidas, e não para jogos de azar.

domingo, 2 de outubro de 2011

Espírito Santo: crescimento X infra-estrutura

Deyvid Alberto Hehr

O bom desempenho da economia do Espírito Santo no ano de 2010 e início de 2011, momento em que o estado alcançou um crescimento do PIB de 13,3% contra um aumento de 7,5% do PIB nacional em 2010, e um crescimento de 5,9% do PIB no primeiro trimestre de 2011 em comparação com o quarto trimestre de 2010, segundo dados do Instituto Jones dos Santos Neves, pode nos levar à grande ilusão de que esse crescimento é sustentável no longo prazo e que a discussão acerca dos problemas de infra-estrutura, que tem se tornado um grande gargalo no desenvolvimento do estado, sejam esquecidos e retornem apenas quando o quadro positivo
se inverte.

Tal resultado foi e vem sendo alavancado pelo desempenho da indústria, da construção civil e das exportações. No entanto, para que o ES continue crescendo de forma robusta, fazem-se necessários investimentos em diversos segmentos da infra-estrutura estadual. Nessa perspectiva, é preciso melhorar todos os modais de transporte e logística, a fim de ampliar a eficiência dos mesmos e induzir um desenvolvimento sustentável.

Para que isso ocorra, é importante que as estradas rurais estejam em boas condições de escoar suas produções e facilitar o próprio cultivo das lavouras, uma vez que a agricultura do estado se dá por pequenas propriedades rurais. Alinhado as essas estradas, temos as rodovias federais que cortam o ES e se encontram num estado precário de tráfego, sobretudo a BR 101 e a BR 262, o que faz com que os custos de transporte aumentem em até 35%, segundo estudo realizado pela Fundação Dom Cabral.

Além das rodovias, o sistema portuário também se encontra em situação delicada, posto que se perde muito tempo para atracar e a profundidade do canal não permite a entrada de navios de grande porte, o que leva a grandes perdas e aumento no custo de produção. Atrelado a isso, temos a caótica situação do aeroporto de Vitória que devido a sua fraca estrutura fazem o número de vôos serem reduzidos e impossibilita ao estado receber aviões de grande porte, prejudicando os fluxos de pessoas e mercadorias para o estado.

Ao sairmos dos problemas de transportes, temos outras questões na atração de novas empresas e, por conseqüência, de novos empregos, tal qual o fornecimento de energia elétrica. Isso se deve ao fato que o estado não é auto-suficiente na produção, e produz apenas cerca de 20% do que utiliza, o que o faz importar cerca de 80% do seu consumo das usinas de Furnas e Itaipu.

Contudo, nota-se que devido a sua localização estratégica o ES deveria ser um centro de escoamento da produção nacional tanto no âmbito doméstico quanto no âmbito internacional. No entanto, no que tange às exportações e importações de granéis, automóveis, aço e etc. o estado ainda consegue se sobressair. Mas no que remete aos produtos classificados como não-commodities, como por exemplo, o setor de fruticultura, o mesmo não consegue atender à demanda e perde espaço no cenário nacional.

Diante do exposto, pode-se constatar que embora o ES esteja crescendo acima do crescimento nacional, ainda esbarra em antigos problemas, que só serão sanados com altos investimentos e um bom planejamento estratégico discutido com todos os âmbitos da sociedade. Nessa perspectiva, uma das saídas seria atrair parcela significativa dos aproximadamente 1,3 trilhões de reais em infra-estrutura que o governo federal anunciou com o PAC II.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A crise e o juro: fim do Sistema de Metas?

Luiz O. Stefanelli Potsch


“A discussão sobre a natureza e extensão da crise internacional, e mesmo sobre se esta designação tão sombria serve também para o momento pelo qual passa o país, foi atropelada pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de 31 de agosto que, para alguns, decretou o fim do regime de metas para a inflação.”



Foi com a frase anterior que Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central do Brasil (BC), iniciou seu artigo de análise sobre crises financeiras internacionais, publicado no Jornal Valor Econômico em 14.09.11.

A afirmação pode ser vista como um tanto exagerada, no entanto dada sua significativa repercussão nos dias posteriores entre economistas e analistas de mercado em geral, creio que mereça ser analisada com certo cuidado.

A decisão de cortar 0,5 ponto percentual na taxa Selic, reduzindo-a de 12,5% para 12% a.a., tomada na última reunião do Copom não era esperada nem pelos mais otimistas (ou pessimistas, no caso de detentores de ativos com remuneração atrelada a ela). Seu valor vinha em uma escalada de alta desde março de 2010, seqüência mantida até a penúltima reunião. Ou seja, a deliberação do último encontro dos membros do Comitê precedeu uma decisão oposta. A surpresa é que tal evento não ocorria desde os anos de 1998 e 1999, momento de elevada instabilidade macroeconômica internacional, que causou, entre outras, a mudança do regime cambial brasileiro, de fixo para flutuante.

Na ata de reunião do ocorrido, o Copom justificou a decisão mencionando fatores tanto internos quanto exteriores ao país. Segundo citado, o “ambiente macroeconômico se alterou substancialmente, [...] de modo a justificar uma reavaliação, e, eventualmente, reversão [da taxa básica]”. Além disso, “considera-se o cumprimento da nova meta de superávit primário, cerca de 3,15% do PIB, sem ajustes, em 2011”. Ou seja, a deterioração do cenário internacional, com menores projeções para as taxas de crescimento mundial, refletindo em queda dos preços das commodities e da demanda por produtos do Brasil, juntamente ao maior esforço fiscal do governo, indicariam uma oportunidade de rebaixamento dos juros.

Indiscutivelmente, o principal fator que vinha puxando o nível de preços para cima eram os choques de oferta domésticos e externos. Como exemplo, podemos citar o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) – componente com peso de 60% no Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) – que registrou um aumento acumulado em 12 meses, a partir de julho, de 19,14% no meio agrícola.

No entanto, dado que em finais de setembro os preços ao consumidor já teriam tido tempo suficiente de incorporar os efeitos de tais choques, como igualmente afirmado na ata, uma redução do aperto monetário não traria riscos em termos de pressão inflacionária, visto que o IPCA, parâmetro para o sistema de metas, é um índice, justamente, ao consumidor. Com isso, neste último trimestre se encerraria “o ciclo de elevação da inflação acumulada em doze meses”.
Outra questão que poderia ter influenciado na decisão do Copom, apontada por certos analistas, foi a conhecida demora em adotar a mesma medida em finais de 2008, o que possivelmente tornou-se um ponto de agravamento da recessão econômica do ano seguinte.

Assim, dados os convincentes motivos técnicos expostos para chegar à decisão de 31 de agosto, parece não haver motivos claros para concluirmos positivamente sobre a veracidade da afirmação de que nossa autoridade monetária não estaria mais seguindo os rumos do sistema de metas para a inflação, tendo abandonado o compromisso firmado em seu decreto.

Agora, se isso é bom ou ruim, ou seja, se não seria uma decisão acertada a de “largarmos mão” de tal veículo de controle para que, desta forma, aceitando um ambiente mais inflacionista, pudéssemos atingir também maiores taxas de crescimento, já é outra discussão – tema para um próximo artigo.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Nova forma de atuação no blog

O grupo conjuntura alterou a forma de publicação de textos nos blogs. Estaremos publicando textos específicos para o blog, que serão diferentes dos textos preparados para os boletins impressos. A periodicidade das publicações também será menor.

Quatro grupos ficaram responsáveis pela elaboração de textos nas áreas de “Economia Monetária e Trabalho”, “Economia no Espírito Santo”, “Contas Externas” e “Tema Livre”.

Amanhã começamos com a publicação de um texto de tema livre do aluno Luiz O. Stefanelli Potsch, “A crise e o juro: fim do Sistema de Metas?”, Sobre o sistema de metas adotado pelo Banco Central.

Não perca!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Palestra

Flexibilização das Relações de Trabalho na América Latina

Carlos Soto Iguarán
Doutor em Economia pela Universidade de Paris 1 - Panthéon-Sorbonne
Pesquisador do Centre d'Etudes de l'Emploi, Paris

27/09 - terça-feira
10h45min
Seminário III
UFES/CCJE

Promoção:
Grupo de Estudos e Pesquisa em Conjuntura
CALECO
PET - Economia

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Palestra


O capitalismo em transição
A contribuição do debate entre imperialismo e ultra-imperialismo

Palestra

14/09 - quarta-feira - 11 horas
Sala 408 - ED IV - UFES/CCJE
Leonardo de Magalhães Leite
Mestre em Economia pela UFRS
Economista do IJSN

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Artigo Nível de Atividade

Confira no link abaixo o artigo do grupo de Nível de atividade intitulado "O papel das atividades da construção no desempenho econômico brasileiro"

Artigo: Nível de Atividade 08/2011

terça-feira, 19 de julho de 2011

Artigo de Politica Fiscal e Política Monetária

Estamos disponibilizando o novo artigo do grupo de Política Fiscal intitulado de "Gastos sociais federais no Brasil e o corte orçamentário recente",  e também o do grupo de Política Monetária "A Eficiência da Política Monetária no Controle da Inflação no Brasil".

Os artigos podem ser conferidos nos links abaixo.

Artigo: Política Fiscal 07/2011
Artigo: Política Monetária 07/2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

SEPLA - Declaração de Guararema

Tornamos disponível a declaração da SEPLA (Sociedade Latino-americana de Economia Política e Pensamento Crítico) no VII Simpósio realizado na Universidade Federal de Uberlândia (MG).
Obs.: O texto é o original, publicado em espanhol.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Textos bimestrais

Os textos bimestrais estão sendo publicados nesta semana. Hoje temos os textos dos grupos de Emprego e Salários e Setor Externo.
Segue abaixo os links para visualização dos trabalhos:

Minifórum

sábado, 7 de maio de 2011

Trabalho em debate

Mestrado em Política Social e o Núcleo de Estudos sobre o Trabalho convidam:
1) dia 2 de junho, quinta-feira, às 9h, no auditório Manoel Vereza, Ricardo Antunes (Unicamp): "A nova morfologia do trabalho: infoproletariado, materialidade, imaterialidade e valor."
2) dia 3 de junho, sexta-feira, às 9h, no auditório Manoel Vereza, Márcio Pochmann (Unicamp): "Emprego, desigualdade social, politica nacional e local de trabalho"
Todos estao convidados.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Controvérsias sobre o Salário Mínimo

As primeiras investigações sobre os recentes ganhos reais de salários no Brasil trazem algumas curiosidades acerca do Salário Mínimo.
Mesmo que se observe alguma recuperação do Salário Mínimo, considerando a corrosão inflacionária medida pelo INPC-IBGE no período após a implantação do Plano Real, ainda existe uma distância muito grande em relação ao que seria necessário para garantir as condições vitais básicas para uma família de quatro pessoas.
Esses e outros indicadores têm sido apresentados pelo subgrupo de trabalho formado por Carlos Breda Passon, Leonardo Zucolloto Ribeiro e Patrícia Oliveira Santos Marago, com base na comparação entre o Salário Mínimo nominal e aquele necessário à satisfação dos preceitos constitucionais para sua fixação, conforme os cálculos do Dieese.
Aguardamos a finalização do trabalho para uma compreensão maior da evolução dos salários no Brasil recente.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Lucros e dividendos lideram remessas líquidas ao exterior

O texto deste bimestre do subgrupo de trabalho que analisa as contas externas brasileiras aborda uma tendência de inversão definitiva no perfil da Conta de Rendas do Balanço de Pagamentos.
Desde meados da década passada , os contínuos déficits provocados pelas remessas líquidas ao exterior passou a ser pressionado muito mais pelas transferências de lucros e dividendos do que pelo pagamento de juros ao exterior.
Esta parece ser uma tendência que só tende a se consolidar na atual conjuntura, o que motiva o subgrupo formado por Aline Faé Stocco, Edinara Oza Dias e Maria Eduarda Erlacher de Figueiredo a analisar seus principais fatores determinantes e consequências para a economia brasileira.
As apresentações parciais dos primeiros resultados da pesquisa criaram boas expectativas quanto ao texto final. Aguardem!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Seminário sobre migrações no Brasil

Realizado com sucesso, o seminário “Migrações internas no Brasil Recente: uma análise a partir dos microdados da PNAD” apresentou as tendências atuais de alteração na composição dos fluxos migratórios em nível nacional. A pesquisa foi elaborada pelo Prof. Dr. Maurício de Souza Sabadini e pela Prof.a Dra. Renata Couto Moreira, ambos do Departamento de Economia da UFES. Entre a riqueza de informações apresentadas, o seminário apontou a perda relativa da participação de regiões tradicionalmente responsáveis pelo acolhimento (SE) ou pela emigração (NE) de famílias brasileiras. Por outro lado, foi observado o crescimento da participação das regiões Norte e Centro-Oeste nesse movimento populacional.
A partir do debate com o público presente ficou evidente a necessidade de seguir a pesquisa num nível mais desagregado, incluindo a análise regionalizada sobre as migrações e suas causas no Estado do Espírito Santo, cujos municípios têm sido extremamente impactados pelos fluxos populacionais atraídos pela construção de grandes projetos industriais.
tabela 1

Grupo de Estudos e Pesquisa em Conjuntura altera forma de atuação em 2011

Nos primeiros encontros semanais do Grupo de Estudos e Pesquisa em Conjuntura neste semestre, ficaram definidas a forma de atuação e as primeiras tarefas deste ano. Vejam as principais definições:
– Manutenção das atividades plenárias do Grupo, toda sexta, às 11 horas, na sala 408 do ED-IV (UFES/CCJE). A proposta é tornar essas sessões semanais processos ainda mais dinâmicos para a apresentação de trabalhos, o debate e a formação discentes;
– Reorientar as atividades dos subgrupos de trabalho, a partir da seleção de temas debatidos a cada momento na sociedade e de reuniões mais frequentes, considerando a proposta de produção de textos temáticos bimestrais;
– Tornar o Boletim de Conjuntura impresso uma publicação anualizada (mês de setembro)
Temas que estão sendo preparados por cada subgrupo para este bimestre:
Subgrupo
Tema bimestral
Emprego e SaláriosAumento real de salários e do Salário Mínimo
InflaçãoCrítica às análises monetaristas sobre o crescimento da inflação nos últimos meses
Nível de AtividadeO papel das atividades da Construção no desempenho econômico brasileiro
Política FiscalA seleção de prioridades nos cortes orçamentários em 2011 e os gastos sociais do governo federal
Política MonetáriaArbitragem internacional e pressão sobre o endividamento público no período recente
Setor ExternoElementos explicativos para a elevação recente do volume de remessas líquidas ao exterior
Dia 13 de maio, sexta, teremos a apresentação desses trabalhos na sala 408 do ED-IV.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Seminário








Divulgação Seminário

quinta-feira, 3 de março de 2011

Copom eleva taxa Selic em 0,5 ponto percentual.

Na reunião de ontem, dia 2 de março, o Copom (comitê de política monetária) do Banco Central elevou a taxa básica de juros de 11,25% para 11,75. A decisão foi unânime.
Em comunicado, o comitê anunciou: “dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 11,75% ao ano, sem viés."
A decisão de elevação na taxa Selic já era esperada, já que nos últimos meses os índices de inflação deram sinais de que se elevariam acima da meta do governo.  Desde dezembro a autoridade monetária vem tomando medidas para restringir a expansão da oferta de crédito.
Quase que junto com a notícia de elevação da taxa Selic, foi divulgado na manhã de hoje pelo IBGE o crescimento do PIB (produto interno bruto) de 2010, que teve o melhor resultado em 24 anos, ficando em 7,5%.